Transcrito de: Viana, António Manuel Couto, 2002. Lendas do Vale do Lima, Valima.
História: narração ordenada, escrita dos acontecimentos e actividades humanas ocorridas no passado.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
A Lenda da Veiga da Matança
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Capítulos: Arcos de Valdevez
quarta-feira, 9 de maio de 2007
A Moura da presa de S. Domingos
O dono da presa foi pela sesta soltá-la, para regar um campo de milho a que tinha acabado de dar a segunda sacha.
A Moura, ao vê-lo, parou de trupar com a grade na auga, e pidiu-lhe que a não abrisse para a poder lavar a preceito.
Ao lavrador ainda lhe deu continuas de a satisfazer, porque a Moura até riquezas lhe ofereceu, mas ele não podia deixar para oitro dia, por que os milhos estavam entalados.
A primeira sacha tinha sido mal feita; a segunda muito trabalhosa, e era preciso que o lavrador se chegasse a elles, porque lá diz o ditado:
‘Quem mal decrua, ao arrendar a sua’.
Então a Moura, para se vingar, rogou-lhe esta praga: - «Nunca mais guiarás a auga, nem te chegará ao campo».
E o caso é que ela teve revaleste.
Era que farte, e depois começou a chupar-se, a sumir-se pelo monte, pouco a pouco e nunca mais ninguém lá chegou.
E, antigamente, até regava uma agra que ficava muito longe, no lugar de Peias.
Transcrito de: Brandão, Abílio, 1911. Lendas de Mouras Encantadas in Revista Lusitana, volume 14, Livraria Clássica Editora, Lisboa.
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Capítulos: Paços de Ferreira
Pedras-Mouras
Quem nelas se assentar, fica encantado, e se levar alguma para casa morrem-lhe todos os animais que tiver.
Há muitos anos já que o Joaquim da Bouça, d’Arnosa, levou uma das pedras-mouras para casa e, pouco tempo depois, morreram-lhe os bois, porcos e galinhas.
Só passou este andaço depois que tornou a levar a pedra moura ao lugar donde a tinha tirado.
É assim, consoante agora a contamos, que temos ouvido ao povo esta lenda.
Ainda há dias, um mancebo de Jesufrei nos afirmei que, quando era rapazinho, e andava a pastorear o gado, os amos lhe recomendavam sempre se não assentasse nas pedras-mouras, pois era tal o medo que tinha, que nem perto delas passava.
Aguilhoado pela curiosidade de ver as pedras mouriscas, que deram origem a esta lenda, fomos procura-la à Bouça de Talhos.
Efectivamente lá encontramos entre o mato, em diversos lugares, num pequeno montado e pinheiral, vedado por parede, três pedras feitas a pico e que denotam grande antiguidade, tão apagados e gastos estão as gravuras duma.
Na face mais polida duma vê-se uma circunferência, que mede de diâmetro 0,38m, com uma cruz do mesmo tamanho, à guisa da dos cavaleiros da ordem de malta. Esta tem de comprimento 0,80m; de largura 0,44 e de grossura 0,30m. Dum lado, em linha regularmente distanciadas, têm oito covinhas em apenas lhe cabe a cabeça do dedo mínimo.
Outra é das mesmas dimensões e com igual desenho no lado aposto, em cima e nas bandas.
Foi partida em três partes, provavelmente por algum supersticioso dos que crêem, como é vulgar no povo, que nas pedras-mouras estão encantadas riquezas.
Outra pedra mede 1,36m de comprimento, 0,45m de largura e 0,30m de espessura e a circunferência com a cruz é de 0,38m de diâmetro, mas só dum lado, que está feito a pico.
Ainda outra igual a esta está no Campo da povoação, encostada à parede do Campo da carreira.
Transcrito de: Brandão, Abílio, 1911. Lendas de Mouras Encantadas in Revista Lusitana, volume 14, Livraria Clássica Editora, Lisboa.
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Capítulos: Vila Nova de Famalicão
segunda-feira, 7 de maio de 2007
A Lenda do Cervo Rei
Muitos anos correram. Lutas e refregas, calamidades que foram dizimando a colónia, até que ficou só o Rei Cervo.
Diz a lenda que na Reconquista quando os Senhores de pendão e caldeira desceram dos cerros asturianos à conquista do que seria mais tarde o "Condado Portucalense", um jovem fidalgo desafiou o Rei Cervo para uma luta frente e frente.
E o velho senhor aceitou. A luta seria travada entre arvoredos e ervas daninhas e num local onde existiam pequenas valas no lugar de Valinha (Cornes ?).
E sem apelo nem agravo conta-nos a "estória", o Rei Cervo venceu !
Ficou com o pendão do fidalgo e, a partir daí, seu brasão de armas foi a bandeira conquistada.
Mas os Deuses enganaram o velho Rei. Ele não seria imortal …
Cansado da vida, doente, na solidão das fragas, o velho Senhor morreu. E com ele desapareceu para sempre a "Terra da Cervaria" (…).
Ainda hoje e para que a "estória" se não perdesse, as "armas" de Vila Nova de Cerveira têm um cervo em campo verde, passante de ouro, armado de prata, contendo entre as hastes um escudete de azul carregado de cinco besantes de prata. E, também, no cimo dos montes deste Município mandou construir "in memoriam" o Rei Cervo, que numa notável escultura em ferro, de José Rodrigues, atesta a longevidade das "Terras de Cervaria".
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Capítulos: Vila Nova de Cerveira
quinta-feira, 3 de maio de 2007
A Mal Degolada
Uma jovem moura muito bonita, apaixonou-se por um jovem cristão. Então começaram a namorar em segredo, porque eles não tinham a mesma religião. As famílias não aceitavam tal namoro.
Um dia, foram dizer ao cristão apaixonado, que ela ia namorar todas as noites com outro homem, para junto da fonte. O rapaz não queria acreditar, mas ficou desconfiado.
Assim, armado de um comprido punhal foi espreitá-la junto à fonte, mas escondido.
Verificou que era verdade o que lhe tinham dito. Ficou cheio de ódio e quis vingar-se. De um salto, enterrou o afiado punhal no pescoço da moça, repetidas vezes.
De repente, ouviu-se a voz de um velho e ele parou:
- Desgraçado, o que fizeste ?! Acabas de matar a moça que por amor a ti, aprendeu o catecismo. Acabei agora mesmo de a baptizar, como cristã.
O velho que falou, era um santo frade do convento. Ali vinha todas as noites, para a família dos mouros não desconfiar.
Isto aconteceu onde hoje é a freguesia de Bertiandos. O povo chama à fonte, a "Fonte da Moura" que fica na quinta de Bertiandos. Há também uma rua vizinha chamada a Rua da Fonte.
Postado por Sandra Fernandes à(s) quinta-feira, maio 03, 2007 0 comentários
Capítulos: Ponte de Lima