Estória: narrativa de lendas, contos tradicionais de ficção.

História: narração ordenada, escrita dos acontecimentos e actividades humanas ocorridas no passado.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O Juiz de Soajo

Lenda ou realidade, a história do juiz de Soajo, Ti Sarramalho, é por todos conhecida, sendo ele o símbolo da inteligência e justiça de todo o povo da Vila de Soajo.

O Juiz Sarramalho era um dos homens bons da terra, de passagem
para a sua terra natal, deparou com um crime de morte de um indivíduo, sendo testemunha ocular. O caso foi submetido a julgamento e face às provas testemunhais tinha de sentenciar. Proferiu então o seguinte veredicto: “Morra que não morra, dê-se-lhe um nó que não corra, ou degredado toda a vida e com cem anos para se preparar”.

É claro que esta decisão não foi entendida pela maioria das pessoas. A sentença subiu às instâncias superiores e por recurso. Foi então, chamado o Juiz de Soajo, para justificar e explicara sentença dada. Cansado de tanto esperar de pé, pelos juízes do Tribunal da Relação, tirou a sua capa das costas e sentou-se nela, no chão. Após ter justificado a sentença, retirou-se. Sendo chamado, quando descia as escadas, que se esquecera da capa. De maneira digna, respondeu com altivez: “O Juiz de Soajo, cadeira onde se sentou, nunca consigo a levou.”

Já no reinado de D. Afonso III se fazia referência à existência do julgado de Soajo, a avaliar pelas várias disposições legais, compiladas por especialistas, que afirmam a existência desse julgado nas reformas administrativas, no século de 1800. No território de jurisdição do Julgado de Soajo exerceram as suas actividades vários juízes ordinários e não apenas o mais conhecido e sempre referenciado Ti Sarramalho.



Transcrito de: Freguesias de Portugal
Foto de: carto:net

1 comentários:

A disse...

Excelente blogue... descobriu sem querer, enquanto procura histórias de mouras encantadas. Pena já ter acabado, chego sempre tarde demais...